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domingo, 23 de outubro de 2016

O castelo de carinhos | Jane Duboc - Nossos Momentos

O castelo de carinhos foi levado
Pelas águas turbulentas da maldade
Sem sequer conter, uma nota de piedade
Sem lenços ao vento, sem adeus,
Somente dúvidas de quem se perdeu nas tramas,
Somente o fraquejar, de quem se deixou vencer pela lama
Tudo era tão calmo e sereno,
Olhos nos olhos de encantamento e ternura,
Sonhos contados, um a um
Em seus ternos momentos
Havia brilho, havia luz
Uma imensidão de inocentes carícias,
Novas vidas planejadas
A emoldurar a bela chama
De um futuro promissor
Com promessas de um belo legado
Mas sorrisos falsos 
Diante à felicidade inocente
Silenciosamente traçavam
Um delineado e perverso não
Em intransponível abismo
Pela ambição incoerente daquele amor
Que jamais conquistaria
Preferindo maldade impor
Àquelas felizes vidas
Um se foi e o outro ficou
Infeliz por toda a vida.
(Da coletânea a ser lançada: 'Rascunhos' - Copyrigth © di erregege1, 2016 - Direitos autorais reservados ao autor.)

* Jane Duboc - Nossos Momentos
Composição: Haroldo Barbosa e Luiz Reis

Cânticos sagrados Pagãos para seus rituais devocionais

As práticas devocionais, podem conter os anos de nossa existência, desde as mais remotas origens do homem, nesta terra sofrida.
Nas incertezas, aflições e adversidades, os homens sempre buscaram uma 'fórmula mágica', para abrandar seus anseios.
Dizendo sim à fé e não à obsessão, quase tudo poderá ser conquistado, para caminharmos com mais brandura nestes caminhos limitados e tortuosos.
Assim, por não sabermos exatamente as origens nativas de nosso DNA, cabe a nós somente compreender que a diversidade e práticas 'religiosas', sempre existiram e, quem sabe, existirão, em um mundo em que já seremos passado.
(Copyrigth © di erregege1, 2016 - Direitos autorais reservados ao autor.)

Rascunhos: E a 'mãe de santo' o abençoou antes da morte

Seu vizinho de frente, que ela pouco via, mas sabia que seus caminhos eram tortuosos e que traziam sofrimento a outros, ceifando até vidas.
Sabia entre aspas. Sabia o que ouvia.
Não duvidava, mas também não acusava, daquilo que nunca foi testemunha.
O jovem rapaz, de boa aparência, asseado e muito gentil, não aparentava o que no íntimo guardava.
Com o tempo, lhe apresentou seus pequeninos filhos.
Passado muito mais tempo, lhe apresentou um cão muito lindo.
Do cão era parceiro e o belo animal, bem tratado e amigável, também lhe correspondia.
Um animal que por instinto, seria feroz em outras mãos, nas dele era dócil, brincalhão e alegre.
Certa noite, ao ouvir um barulho estranho, ela se aproximou da janela, que também, raramente abria, mas recuou ao som de um estalo seco, como uma pancada, misturada com um único grunhido.
Alguns dias se passaram e ela não mais via o saltitar costumeiro e alegre do cão para recebê-lo. 
Ao encontrá-lo, perguntou pelo cão e ele disse que morrera.
Penalizada, perguntou como.  E ele disse que alguém o matara.
Sensibilizada pelo triste fim do cão, prosseguiu fechada em seus pensamentos, da noite em que ouvira o último som do animal.
A janela sempre fechada, incomodava aos que passavam, mas ela assim preferia, para não invadir a privacidade dos vizinhos.
Ele levantou um muro bem alto, após anos na mesma moradia. Faz menção a ela, para que abrisse a sua janela, mas ela apenas sorriu.
Nas madrugadas insones, por vezes à janela ela se mantinha.  Mas sempre ao ver qualquer movimento, a fechava e se retirava, enquanto ele e os demais observavam.
Certa noite, quando a rua estava em bastante movimento, ouviu súplicas e gritos.  Pensou então, que uma vizinha tivesse morrido.
Chegou ao muro aflita, confundindo a voz do filho da vizinha, com a de um um jovem que drogado era chutado ao chão, pelo tal do seu vizinho.
Sem nada poder fazer, assim como os demais, ao vê-lo transtornado e enfurecido, então se pôs a rezar, para acabar com aquele terrível conflito.
E logo chegaram as viaturas policiais e uma ambulância, quando ele já havia fugido.
Porém, ele ressabiado, evitava fazer qualquer menção a ela.
Muito tempo se passou, sem que ninguém mais o visse.  Até que certo dia distraída, alguém pegou em sua mão, pedindo bênçãos.
Ainda que de surpresa, ela o abençoou, em nome de Oxalá.
Ele não voltou ao seu lar durante longo tempo.
Mas, aos poucos ele foi retornando, a cumprimentando de longe, com um leve balançar de cabeça.
Ela, que raramente saía, tinha alguns compromissos rotineiros a cumprir.  Então, nestas suas saídas, começou a encontrá-lo quase que diariamente.  E ele a cumprimentava, a chamando de tia.
Mas tais encontros passaram a ser muito constantes e ela intrigada, chegou a comentar com alguém, sobre aquela coincidência.
No amanhecer de um dia, ainda sem dormir, ela resolve comprar suas faltas caseiras.  E sai sem se dar conta, que ele atravessara a rua e pegara a sua mão, lhe pedindo bênçãos.
E ela, mais uma vez o abençoou em nome de Oxalá.  E ele sorriu acanhado, perguntando se tudo estava bem com ela.  Ela respondeu que sim e ele seguiu à sua frente, seguindo o mesmo caminho.
Sabendo apenas o que ouvia e que tantos sofrimentos causava, ela foi pedindo a Oxalá que tivesse piedade das famílias e que o levasse para um caminho distante dali, que encontrasse um emprego, especificamente, sem saber o por que, em uma cidadezinha qualquer em Minas; Minas Gerais.
Foi orando até perdê-lo de vista, na curva que também seria o seu caminho, mas um pouco intrigada sobre aquele pedido de bênção.
Envolvida em seus compromissos e na batalha de sua constante insônia, não mais o viu.
Até que para alguém que em sua casa esteve, em conversas rápidas e alegres, se lembrou de perguntar pelo vizinho, citando que nunca mais o vira.
O choque foi notável e incompreendido, por se tratar de um ser marcado por tanta impiedade e desequilíbrio humano.
O jovem vizinho fizera um assalto com um comparsa, e seguiram para a compra de entorpecentes.  Ao chegar ao local, foi reconhecido e avisado de que dali os dois não mais sairiam.
Não houve reconhecimento de corpos, neste mundo inacreditável em que vivemos e que tantos jovens e crianças são testemunhas.
Foram espancados, enrolados em fitas adesivas e incendiados, para que nada mais restasse de seus traços de pérfida existência.
Contando o tempo, corresponde àquela bênção piedosa e suplicante, de quem a morte abraça, para que o mal seja interrompido, naquele momento seguinte.
Um mundo paralelo e cruel, a nosso lado nos espreita, tentando envolver nossos pequenos e inocentes seres, em uma sequência de vícios e crueldades, que somente a fé e a vigilância severa sobre eles, poderá fazer com que sigam uma vida imune.
O resgate é muito sofrível para os que embarcam nesta triste jornada.  São tantas palavras, que promessas em vão são proferidas, confundindo e iludindo milhares de famílias.
Não pode haver milagre se suas mãos não estiverem firmes a seus filhos, desde pequeninos.
Vigie seus passos, sempre e constantemente, ainda que crescidos.  Ser responsável é o ser por toda a sua vida.
Abençoe com o coração e pratique Deus, que sempre foi e será, a única e eterna religião.
"Oxalá, meu pai
Tem pena de nós, tem dó
Olha!  A volta do mundo é grande,
Seus poderes são maior.
(Da coletânea a ser lançada: 'Rascunhos' - Copyrigth © di erregege1, 2016 - Direitos autorais reservados ao autor.)