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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

A mangueira e a sabiá

Canta, canta sabiá!
Livre canto na mangueira,
Em seu ninho há de abrigar,
Seus ovinhos em fileira.
Briga e briga a sabiá!
Com seu macho desordeiro,
Que a seu gosto não está,
Desmantela o ninho inteiro.
Cai a grama e fiapos,
Plantas, flores em desalinho,
Até que esteja aconchegante,
Pra fazer muito carinho.
Para ela, nunca arrumado,
Pra receber os filhotinhos,
Que precisam ficar agasalhados,
Já que nascem peladinhos.
E, no vai e vem do macho,
Que não dorme no seu ninho,
Enfim ouve-se o pipiar,
Dos mais novos vizinhos.
Em pouco tempo a ensinar,
Desconfiada, aos pulinhos,
Num baixinho revoar,
Voa, voa passarinho!
Vai e volta a alimentar,
Gritantes e abertos biquinhos,
E o pai a consertar,
Fortalece o seu ninho.
Com o tempo silenciam,
Tudo triste e sombrio,
Voam livres pelo ar,
Mas retornam ao velho ninho,
Tempo passa e a mangueira
Parece ficar tristonha,
Pois voaram e não voltaram,
Nunca mais pro velho ninho.
Vão voar por outros ares,
Livres, a crescer e a cantar,
Até que precisem fazer ninhos,
Para ter seus filhotinhos,
Que nascem peladinhos,
E agasalhados precisam estar.
Então, renasce a mangueira,
Pressentindo o revoar,
Fortalece seus galhos,
Esperando a sabiá.
(pur erregege1)

Nota do autor:
Em verdade, a mangueira e sabiás existem, no fundo do meu quintal, comem as amoras e trazem lamas para seus ninhos, farrapinhos de gramas, plantas, flores e tantos outros materiais, num arruma e desarruma genial.
Dão passinhos desconfiados, virando a cabeça para trás, com o tempo se acostumam, com minha presença, ao longe, sem pararem suas tarefas incansáveis e ensinamentos aos filhotinhos.
A sensação que tenho, que durante anos, a mesma sabiá retornou para construir seu ninho na mangueira...
Bem maior, cores mais escuras...
Nos últimos anos, não mais a vi...
Eis que surge, uma nova sabiá, bem menor, mais geniosa, penas claras e viçosas, que há dois anos faz seus ninhos, na mesma velha mangueira.
Feliz fico a sonhar, que ela nunca esqueceu da mangueira que abrigou o ninho em que ela nasceu.










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